Relatório da Comissão Pastoral da Terra aponta o Maranhão como o segundo do país, com mais conflito de terras, perdendo somente do Pará. As comunidades quilombolas, no Estado, são as mais afetadas pela violência gerada pela disputa de terras.
A violência no campo passa por despejos, expulsões, ameaças, invasões, ações de pistolagem e, às vezes, até morte. Na raiz desse conflito, está, na maior parte, a grilagem de terras em diversas regiões do estado.
Para conter o avanço de conflitos no Maranhão, foi criada há seis anos, a Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na Cidade, formada pelo poder público e pela sociedade civil organizada. Desde a sua criação, já foram registrados cerca de 700 casos de conflitos judicializados.
Segundo o advogado da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores do Estado do Maranhão (FETAEMA), Diogo Cabral, as comunidades que vivem em regiões quilombolas estão sendo atingidas, principalmente no que diz respeito à alimentação. Além disso, o advogado do órgão revela que os trabalhadores alegam que não houve diálogo prévio com a empresa e tampouco com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Maranhão.
“Eles relatam que com instalação de torres vários hectares de campos naturais foram destruídos ocasionando severos prejuízos o que se refere a alimentação, sobretudo porque aquela população depende dos peixes da região para a alimentação. Além disso, os trabalhadores alegam que não houve diálogo prévio com a empresa e tampouco com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Maranhão. Fizeram várias denúncias ao Conselho Nacional dos Direitos Humanos, a Secretaria Estadual de Direitos Humanos, ao Ministério Público e a Defensoria Pública e esperam providências urgentes diante da grave situação que enfrentam”, relatou Diogo Cabral.